Carolina Beatriz Ângelo, natural da Guarda, nasceu em 1877, Tirou o curso de medicina cirúrgica, sendo a primeira médica portuguesa a operar no Hospital de São José, em Lisboa, sob a orientação de Miguel Bombarda. Casou em 1902 com o seu primo, Januário Barreto, que falecera oito anos mais tarde.
Com a publicação da primeira lei eleitoral da República, Carolina preveu a hipótese de ser admitida a votar já que este direito era concedido apenas a cidadãos portugueses com mais de 21 anos que soubessem ler e escrever e fossem chefes de família, visto que seu marido falecera e ficou encarregue de cuidar da sua filha menor decidiu, pedir o seu recenseamento, que lhe foi recusado.
Em consequência desta recusa, apelou então para o tribunal, entregando em 24 de Abril de 1911 uma petição, no Tribunal da Boa Hora, onde pedia o direito de votar com base nas razões que tinha invocado junto da comissão de recenseamento.
Em 28 de Abril de 1911, o Juiz, Dr. João Baptista de Castro, pai da militante republicana Ana de Castro Osório, proferiu sentença ordenando a inclusão de Carolina Ângelo nos cadernos eleitorais conseguindo assim obter o direito ao voto para a Assembleia, sendo a primeira mulher a votar em Portugal.
Falecera em 1911, vítima de síncope cardíaca.
Carolina, tinha o sonho de uma sociedade sem discriminação, em que as pessoas se distinguissem pela nobreza do espírito, pelo saber e pelo trabalho, e não pelo berço, pelo sexo, ou pela cor de pele.