Maria Veleda foi uma grande republicana, espiritualista feminista e uma pensadora livre, exerceu funções como professora de ensino primário, e escritora infantil e poetisa.Nasceu em 1871, foi pioneira na luta pela educação das crianças e nos direitos das mulheres, destacando-se como uma das mais importantes dirigentes da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, foi a mais "vermelha" das Republicanas. Iniciou-se na Imprensa algarvia e alentejana, com publicações de poesia, contos e novelas, dedicando-se mais tarde aos temas feministas e educativos. Defendia a educação laica e integral, em que se associassem a teoria e a prática, a liberdade, a criatividade, o espírito crítico e os valores éticos e cívicos. Publicou em 1902, uma colecção de contos para crianças, e a “Emancipação Feminina”. Em 1909 incentivou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas a fundar a “Obra Maternal”, para acolher e educar crianças abandonadas ou em perigo moral. Foi nomeada Delegada de Vigilância da Tutória Central da Infância de Lisboa em 1912, ocupando esse cargo até 1941. Ao ver as desigualdades vividas pelas mulheres, decidiu defender a igualdades dos direitos, criando Cursos Nocturnos, para ensinar as mulheres a ler, escrever e educa-las civicamente, preparando-as para exercerem uma profissão e para participarem na vida Politica. Entre 1909 a 1915 empenhou-se na luta pelo sufrágio feminino. Combateu a prostituição, sobretudo, a de menores, e o direito de fiança pelo abuso sexual. Saiu da Liga em 1915, para fundar a Associação Feminina de Propaganda Democrática, que terminou em1916. Foi uma mulher frontal, e corajosa, o estilo directo, e por isso mesmo polémico, causou-lhe alguns problemas, nunca tendo deixado de escrever o que pensava e considerava justo no momento. Faleceu em 1955.
